terça-feira, 16 de junho de 2009

Organização consciente




Numa organização consciente
De mim,
De ti,
Dos sentimentos e emoções a que me conduzes...
Decido n te querer mais,
Não te amar mais,
Não te ver mais,
Coloco de parte o lado emocional e acolho apenas o racional,
Nesse racional converso comigo,
Explico-me porque não posso continuar a dar-te espaço para me magoares,
Como é importante e questão de sobrevivência
Aniquilar com todo e qualquer espaço que tinhas na minha vida...
Agradeço-te até o quanto me magoas-te porque também isso
Me fez ser quem hoje sou,
Também essas dores me fizeram ser esta pessoa,
Também essas dores me fortificaram...
As lágrimas com as quais te chorei,
Deitei-as ao rio,
Deixei-as lá junto a tudo o que fomos
e também deixei aquilo que gostaria que pudéssemos ter sido...
Até os castelos na areia,
Tudo ficou,
Tudo ficou no fundo de um rio,
Na esperança que as aguas revoltas vão desaguar com tudo,
Tudo de nós que lá deixei,
Desaguar no mar e naveguem para bem longe...
Longe de mim,
longe...
Na memoria tento guardar apenas os anos bons,
Na esperança que a recordação das palavras doces
Apaguem as palavras duras,
Ditas por ti com uma voz igualmente dura e amarga...
Quanta dor,
Quanto de ti apagas-te em mim com essas palavras...
Foi como se me tivesses batido, espancado até que te conseguisse odiar...
Uma parte de mim odeia-te, verdade
Mas outra maior ainda te ama...
Mas já não te quer...
Consegui integrar numa única imagem de ti,
Tudo quanto tens de bom e mau,
Tornando assim fácil n te querer...
Mesmo sabendo que ainda me queres,
Mas queres-me tanto bem como mal me consegues tratar...
estranho...
Em certa medida tornaste-te um estranho para mim...
Talvez por isso pareça que te deixei de amar...


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