domingo, 6 de dezembro de 2009

Em busca...








    







Sintra, 6 de Dezembro de 2009

Apetece-me fugir

Não sei onde esta o local que procuro…
Apetece-me ir para um lugar especial…
Talvez com um pouco de mar e a chuva para o acompanhar…

Onde nada nem ninguém me seja familiar…
Apenas eu e os meus pensamentos…
De preferência onde não seja Natal…

Regressar depois de tudo passar,
Regressar mais leve
Mais vazia de mim,
De certos sentimentos,
Angustias,
Sentires bons mas que doem…
Que por vezes machucam porque me prendem,
me amarram…
Deixar tudo isso ficar nesse mar…
Nesse pedaço de terra que não sei onde fica…

Na bagagem levo um livro,
Já o escolhi,
Um bloco,
Caneta para escrever…muito…


Ficam os telefonemas,
As pessoas,
As vozes que me cansam…
Algumas mais pela ausência…


Pensar nas coisas em que não me apetece…
Só depois do regresso…
E algumas espero já não as trazer comigo,
Por isso não terei de as pensar mais...



No coração levo o amor
De todos quanto amo…
Um abraço muito especial dentro da mala,
para desembrulhar no meio das lágrimas que sei que vou deixar cair…


Serei mais eu depois desse retiro,

Serei menos tristeza,

Trarei comigo a serenidade que hoje me falta…



Cáti
.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A chuva sobre a praia




Sintra, ... Maio de 2007

Chove,


A chuva cai,

Cheira a chuva, cheira a terra molhada pela chuva...

é um cheiro espectacular,

revela a vida do chão, a alma da chuva...

a força da natureza...

a mão de Deus...



Emerge um desejo de ver a chuva a cair sobre o mar,

caminho na direcção da praia,

o mar está picado,

de um azul forte por baixo do azul do céu,

a chuva parou,

o sol espreita por detrás nas nuvens

que se dissipam devagar no céu azul...



A areia dourada brilha sobre os meus olhos,

a encosta ao fundo,

parece rodeada de um fumo ligeiro,

como um leve nevoeiro quase mágico

que traz a essa encosta um encanto particular hoje,



Sento-me no muro azul forte

a musica toca nos meus ouvidos,

saboreio um cigarro,

aprecio a paisagem,

a sua força,

a magia do mar,

as ondas a desfazerem se na praia.



São pequenos detalhes

que transformem a paisagem num cenário absolutamente fantástico,

quase perfeito...



...para a perfeição falta a tua mão na minha,

os teus braços em redor do meu corpo,

o teu calor em mim,

sentir o teu abraço,

o teu coração junto ao meu,

falta o teu sussurrar no meu ouvido,

um beijo doce,

repleto de carinho e ternura...

o teu doce olhar no meu...





O quadro perfeito de onde ressalta esta bela paisagem,

só o seria se não o estivesse a observar sozinha

se junto a mim tivesses tu...



De certa forma estás aqui,

porque é em ti que penso,

porque sinto-te,

a cada dia que passa,

mais impregnado na minha pele,

porque o meu coração transborda de ti!!



São pequenos laços que começam a criar-se,

a estabelecer uma ligação entre os nossos corações...

...um sentimento pequeno,

inesperado que cresce a cada dia...

...que a medo deixamos crescer...

como uma planta envergonhada como medo de espreitar da terra

e mostrar a sua beleza...



Ao fundo as gaivotas sobressai,

eleva-se ao som da música que toca nos meus ouvidos,

o som das suas conversas torna-se intenso,

e mais audível do que a música...



Trauteio baixinha Alicia Keys,

relembro a última vez que dancei abraçada a ti,

adoro sentir o teu corpo colado ao meu,

dançar contigo,

acho graça á forma como subtilmente do nada me puxas

para dançar num local onde mais ninguém dança, só nós...



Olho o mar,

a sua força brutal,

tem tanto de bonito como de assustador...

tal como esta relação que dá ainda, os primeiros passos,

tento não me travar,

não travar o meu sentir,

mas ao mesmo tempo tenho imenso medo de sofrer uma vez mais,

que tudo termine um dia

sem que esteja preparada para tal...

Por vezes consigo sentir esse receio também em ti,

sinto que também tu tens medo,

que vais dando “babysteps”,

também tu tens receio de te magoar, de sofrer...



É esta estranha vulnerabilidade do amor,

da paixão que tenho passado grande parte do tempo a evitar,

Talvez até a fugir...

Racionalizo quase todas as relações,

quase as termino racionalmente,

içando enormes defesas

travando qualquer envolvimento emocional...



Gostar de alguém é conferir-lhe a capacidade de nos magoar...

sabendo isso

afasto-me (quase sempre) quando começo a perceber

que me estou a envolver demasiado...



Contudo, contigo tem sido um pouco diferente,

caminho a medo mas continuo a caminhar,

não paro a meio da caminhada como de hábito...

não percebo o porquê de me estar a deixar levar

por este sentir que me liga a ti...



A areia dourada molhada pela chuva

brilha com um brilho intenso,

o sol que se escondia por detrás da chuva que me trouxe á praia,

tornou-se forte,

ilumina o azul do mar e reluz na areia,

as gaivotas continuam a sua animada conversa,

os surfistas desfrutam da magia das ondas do mar,



Eu desfruto da tua presença em mim

da força que essa presença tem vindo a ganhar,

uma das magias do amor e dos afectos

é a forma como as pessoas se tornam vivas dentro de nós,

como passam a habitar a nossa alma,

a fazer parte dela...

e, agora, neste preciso momento na praia,

sinto-te em mim,

sinto através dos afectos a tua presença no meu coração,

na minha alma,

na minha vida...



Sinto o quanto gosto de ti,

tal como sinto o cheiro do mar em meu redor...



Sinto a tua falta

não em mim,

onde estas sempre presente,

onde quer que me encontre,

pois já fazes parte integrante do meu ser,

sinto sim a falta da tua presença física,

aqui e agora a meu lado...



A falta do teu abraço,

do teu olhar,

das tuas mãos emaranhadas nas minhas...



A praia está cheia de vida,

a vida da paisagem,

deste quadro magnífico

que a natureza nos permite absorver,

associa-se ás personagens que a ela se juntam,

são crianças que correm,

que riem,

que brincam,

são casais que namoram,

cães a saltar,

nuvens que formam imagens no céu,

a iminência da chuva voltar a cair,

tornando toda esta imagem ainda mais bela...



Gosto de chuva,

gosto particularmente da chuva num dia de sol

a cair sobre o mar,

a molhar a areia da praia mudando a sua côr...



Por vezes sinto um enorme medo,

do que nos pode acontecer,

são tantas as possibilidades de uma relação a dois falhar,

tantos factores que podem um dia afastar-nos,

nalguns momentos torna-se difícil

afastar esse fantasma do meu pensamento,

salteia em meu redor e não consigo apagar...

É verdade, sinto com frequência medo de te perder...

de nos perder...

de ficar sem este “nós” que começa agora a fazer sentido,

a ganhar força e forma...



Olho o mar,

penso que tal como as ondas grandes fortes

terminam esmigalhadas,

desfeitas na areia,

transformando-se em nada,

perdendo por completo a força

também nos pode acontecer o mesmo,

...toda a força dos afectos que nos unem

pode ser dissipada,

desfeita,

perder a força da mesma forma

que as ondas morrem na praia...



Ao fundo ouço as gaivotas,

Cantam uma linda melodia

A acompanhar a musica tocada pelo mar,

Tudo se une na perfeição que a natureza nos dá,

Agora que se ouve também, de novo, o cantar da chuva…


Cáti

.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Espaços vazios...




Certas pessoas surgem, inesperadamente, nas nossas vidas...

prencheem pequenos espaços vazios do nosso mundo interno,
que desconheciamos existir...

Aos poucos vão marcando os nossos dias,
as nossas horas,
com pequenos vestigios da sua presença...


Na ingenuidade e talvez distração,
não nos apercebemos dessas marcas,
da mesma forma que não vemos as pequenas rugas
que a passagem da vida por nós, vai deixando no nosso rosto...

Descobrimos novos sabores,
pequenos prazeres,
formas diferentes de estar,
de rir...


Descobrimos-nos no outro...
e o outro em nós...

Desenvolvem-se sentimentos silênciosos,
sem q se dê conta da sua existência em nós...
Tudo consequência do rasto desse alguém
na vida que se diferencia da que tinhamos antes...



Aos poucos com a visão um pouco menos turva,
vamos sendo confrontados com uma forte presença...
são minutos de espera que parecem horas infindáveis,
enquanto se aguarda...
A angustia quando as horas passam
e nos trazem a certeza de que não se irá ver aquele sorriso...
fica a expectativa de um "talvez amanhã"...


Os silenciosos sentimentos transformam-se,
tornam-se gritantes...
quando um dia fica apenas a ausência de tudo isso...
com a descoberta de que tudo se esfumou no ar...


De que tudo quanto estavamos a viver,
a saborear...terminou...
Não irá repetir-se...


a certeza de que por muito que se olhe pela janela,
muitas horas que se vejam lentamente passar,
nada mais nos trará aquela pessoa
que inocentemente, sem saber,
amavamos, já...



Tomamos consciência da verdadeira dimensão
dos espaços que tinham sido ocupados...

a angústia de os saber vazios é desmesurada...



A descoberta de que amámos alguém
e que apenas o descobrimos com a perda...
É devastador...


É, talvez a pior forma de descobrir o amor!!
.
Cáti

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vou partir para longe de ti...



Vou partir,
Vou partir para longe de ti...
Não consigo mais ficar...
Não posso magoar-me mais,

não suporto esta angustia...
esta dôr no meu peito...

Não tolero mais a permanência...

Ficar,
será demasiado doloroso,
será uma espécie de auto-mutilação...

Conheço o caminho que atravessas,
conheço-o bem demais...
Já lá estive,
Já o percorri,
Já vi outros atravessarem-no,
sei o que vem por aí...
Vais ainda magoar-te muito,
Vais magoar quem permaneça a teu lado...

Magoas-me já,
e ainda te encontras no início da caminhada...

Desculpa,
Perdoa-me...
mas ficar seria suicídio...

Queria estar a teu lado,
Dar-te o colo que precisas,
e que vais, ainda precisar,
dar-te o meu amor...

Mas não posso...
Não posso permitir que me arrastes
e me afundes contigo...

Não me vais ver,
mas estarei bem perto...
escondida algures na plateia...
a assistir (sem que me vejas) a tudo atentamente...

Sempre que caires,
irei dar-te a mão,
colo...

Preciso agora, apenas de um tempo só...
um tempo em que me seja possível
substituir este amor que te tenho,
por algo semelhante,
uma outra forma de amor,
outra que não esta,
amizade...talvez...

E é com essa amizade,
que te irei abraçar,
sempre que da plateia,
sentir que te desfazes...
Sempre que não estiver mais ninguém por perto,
para te pegar ao colo,
irás ver-me...
Mas logo que te levantes,
deixarte-ei de novo...

Desculpa-me deixar-te sozinho,
logo agora,
quando mais precisas que continue a ser o teu refugio...

Mas não posso mesmo permanecer aqui...
Na mesma medida em que te dou de mim,
me perco,
me desfaço,
se dilacera uma parte de mim...

Doi-me demasiado,
e a dor tornou-se persistente, continua,
é insuportável...
se não fugir,
vais-me consumir...
vais-me sugar,
até que deixo de existir...
já agora é tão difícil encontrar-me,
saber onde estou...
Não posso permitir que isso aconteça....
não posso deixar-me consumir por este sentir irracional que cresce em mim!!

Continuo a adorar-te...
os sentimentos que tenho por ti são fortíssimos,
Talvez por isso, por tudo isto,
se tenha tornado tão penoso para mim...

Nunca deveria ter-me permitido sentir,
devia ter-me afastado de ti,
antes de te amar...
mas não consegui,
um iman impelia-me na tua direcção...

Fui ficando viciada,
em ti,
na tua presença em mim,
no teu corpo,
no teu olhar,
no teu sorriso,
no teu abraço,
na forma como tocavas...o meu corpo...e o meu mundo...

Por isso me afasto,
de forma brusca e repentina,
com os grandes vícios tem de ser assim,
tudo ou nada!!

Espero conseguir lidar melhor com a dôr de não te ter,
do que com esta imensurável mágoa
de ter apenas pedaços espartilhados de ti!!
De estar á mercê dos teus apetites,
desejos,
necessidades!!

Gostava de nunca te ter amado,
de nada sentir...

Perdi-me neste amor,
espero agora encontrar-me de novo...




.
Adeus amor...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Todos os dias invariavelmente me fazes falta...


Sintra, 6 de Outubro de 2006


Pai,
Todos os dias invariavelmente me fazes falta,

todos sem excepção sinto a tua falta,
todos os dias a dôr da tua ausência no meu peito...

A ausência do teu riso,
do teu cheiro,
do teu toque,
de ti,
no seu todo!!
Tudo seria menos doloroso,se, de tempos a tempos,
como se de um remédio se tratasse,
nos deixassem ver,
abraçar,
cheirar de novo...aqueles que partiram....
podiam ser apenas cinco minutos,
mas seriam os melhores de um ano inteiro, que fez da tua partida!!

Sinto uma enorme saudade do teu cheiro,
volta e meia cheiro o teu perfume,
mas é apenas uma fragancia,
que estava colada no teu cheiro...
falta-lhe o seu melhor,
o cheiro que a tua pele lhe dava!!
Cresci com essa fragância,
é uma das referências da minha infância...
Abusavas sempre do perfume,
por vezes ralhava contigo por isso...
Mas no decorrer do dia,
esse perfume ia ganhando mais o cheiro da tua pele,
e ficava algo muito agradável...

Sinto falta, muita, do teu toque,
da tua pele,
das tuas mãos,
de tocar as tuas mãos...
As últimas 24h que passei contigo,
já o teu corpo sem vida,
toquei tantas vezes quantas pude nas tuas mãos,
entrelacei os meus dedos nos teus,
imaginei que me davas a mão uma última vez...
tentei encher uma qualquer parte de mim,
da sensação de tocar a tua pele,
sempre tão macia, seda,
dei-te as mãos guardei esse sentir,
como se pudesse de tempos a tempos,
ir buscar um pouco dessa sensação...
mas bem procuro dentro de mim onde ficou guardado tudo isso,
esse tesouro,
mas não encontro!!

Consigo apenas encontrar,
uma memória do que era a tua pele,
sentir o teu toque...
Mas não consigo encontrar em mim a sensação de te tocar...
Sinto falta de ouvir a tua voz,
sinto falta de te ouvir dizer disparates,
ninguém tem tanta piada como tu!!
Ninguém me faz rir como tu fazias...
Ninguem me diz as parvoices que tu dizias...

Diziam-me quando no início chorava a dôr da tua partida,
"com o tempo isso passa" (sic.)
Pergunto-me, agora, passado um ano,
afinal que raio de tempo é esse a que se referiam??
Sinto muito, mas não é verdade...
Não existe tempo suficiente para esta dôr passar,
diria antes, com o tempo doi mais,
com o passar do tempo crescem as saudades,
a falta que me fazes,
o passar do tempo,
é proporcional ao crescer da dor da tua ausência no meu peito!!

Precisava de um pouco de ti junto a mim,
para que pudesse doer menos,
como não me permitem estar na tua presença física,
(junto a ti estou todos os dias, isso ninguém me tira)
é um crescer desta angústia dentro de mim,
são lágrimas que me lavam o rosto é um sofrer sem igual!!

Sinto saudades de acordar ao som da catilena,
que só tu sabias dizer!
Quem me vai agora acordar a cantar para mim...

Todos os dias invariavelmente me fazes falta...

P.S: quem me vai acordar a cantar: "ribanta João, o solzinho esperto esta-te a esperar, ribanta joão, os passarinho canta..." levava-me á loucura esta cantilena ao acordar e agora queria tanto acordar de novo com a tua voz a cantar...

sábado, 31 de outubro de 2009

Quanto pesa o passado?



Às vezes pergunto-me quanto pesa o passado,
A vida pesa 22 gramas,
E o passado quanto pesa na vida??
Bem mais que a própria vida de certeza…

Pesa-nos todos os dias,
Quando tudo o que sentimos é confuso,
Quando permitimos ao passado que este se misture com o presente,
Quando os fantasmas que nos deixou se confundem com o real…

Quando nos dói e nos machuca ainda feridas passadas,
Quando esse passado fica em nós como uma tatuagem marcante,
Marcante a cada pensamento tido,
A cada nova historia que se sente e vive…

Quando cada sentir é sentido com a intensidade com que carregamos as marcas do passado em nós,
Quando cada marca passada esta em cada vinco da nossa pele…
Quando sentimos o passado no ar que inspiramos…

A vida por si só por vezes tão complexa,
Mais ainda quando os fantasmas do passado não nos largam…
Prendem-nos,
Como amarras…
Pior quando as dores somadas na passagem pela vida
Se embrulham com as dores do presente,
Chega a doer a vida…

Sintra, 31 de Outubro de 2009

sábado, 24 de outubro de 2009

CARTA A UM AMIGO




Meu querido e doce amigo,



A ruptura,
A ruptura doi sempre horrores,
esmaga-nos,
tudo parece perder o seu sentido!!
Sentimos-nos perdidos,
perdidos como se tudo de repente estivesse descontextualizado!!
Como se de repente se tivesse acordado num mundo desconhecido,
sem referências,
sem suporte,
num isolamento total e absoluto,
onde existe apenas espaço para a dor e angustia,
da perda,de percepcionar o que foi perdido,
é um sentir escapar-se entre os dedos,
tudo quanto se tinha como certo...
A duvida,
A incerteza se será este o caminho a seguir,
o caminho escolhido,
ou se será este apenas porque todos os outros nos estão barrados...

No saber os sentires associados a uma ruptura,
por ter já essa experiência na minha história,
deixo-te algumas palavras de alento,
ou pelo menos espero que o possam ser!!

Neste momento terás a vista turva,
a percepção do real é um pouco mais dura que a realidade efectiva...
Com o passar do tempo começaras a ver mais nitido,
A dada altura deste processo doloroso,
irás perceber que tudo isso é necessário,
Todo o processo de mudança,
exige uma ruptura,
e nenhuma ruptura é fácil,
é preciso sofrer para mudar,
é preciso sofrer para crescer!!

Chegará também o momento,
em que sentirás o grito do epiranga dentro de ti,
que o ouvirás bem forte ecoar no teu interior,
Será o momento da catarse,
o expiar dos fantasmas,
produzidos pelo proprio processo de ruptura...
Expontaneamente de forma natural,
irás encontrar um novo caminho,
um outro certamente diferente deste,
onde espero que te encontres a ti,
e a paz e a serenidade que mereces ter!!

No meio de tudo isto haverá um caminho turtuoso,
umas vezes mais do que outras,
muito sofrer,
muita zanga,
uma serie de problemas inevitáveis...
Mas estarei sempre aqui,
simplesmente para te dar um abraço,
para ser uma companhia no silêncio,
para te ouvir...
para ser o colo que vais precisar a dada altura,
para cuidar de ti,
para secar as lágrimas caídas,
Para securizar a angústia transpordante do teu peito!!

Amigo,
apenas para te dizer que estarei a teu lado,
a cada vez que sintas a necessidade,
basta apenas esticares a tua mão,
e encontras-me aqui,
disponivel,
para ti...

Um enorme beijo,
um abraço muito apertado cheio de carinho e força, muita, vais precisar!!
Cáti

P.S. Não deixes nunca de ter em consciência na tua mente, a certeza de que este é um processo... não algo contínuo, mas um processo, uma ponte... do outro lado, encontraras outra realidade melhor do que esta!!
Acredita eu sei, já lá estive...

Quando te perderes no caminho, não vires a saída, irei dar-te a mão e ajudar-te na travessia, serei assim, porque te trago no meu coração e porque para mim amizade é tudo isso!!
.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009


Ás vezes apetece-me fugir,

outras apetece-me amar...


Agora apetece-me um fim de semana,

em casa,

ouvir a chuva a cair,

aninhada no sofá de mantinha no colo,

Apetece-me um bom filme,

um copo de vinho!!


Ás vezes apetece-me mimo,

quero colo...

ÁS vezes preciso de um abraço...


Por vezes sinto falta...

Ás vezes quero dar a conhecer o meu mundo interno,


Ás vezes quero o mundo...

Agora quero paz, serenidade, sossegar...

Quero um "fim de semana de sofá",

quero escrever,
quero um bom filme...


Ás vezes quero...
.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Homenagem ao meu pai


Praia Grande, 6 de Setembro de 2008


Olho o teu rosto,
Velho cansado,
Doente,
Cansado…

As mãos cheias de linhas,
Linhas,
Marcas do tempo,
Da tua vida,
Que espero feliz!!

Menos doloroso para mim,
Deixar-te partir,
se de certa forma conseguir acreditar
que foste feliz,
que a tua vida foi verdadeiramente pontuada,
de momentos de genuína felicidade!!

Coloco as minhas mãos sobre as tuas…
Imagino-me 5/6 anos,
As minhas mãos sobre as tuas,
sentada no teu colo,
o cabelo preto escorregadio,
olhos grandes, muito pretos,
como duas azeitonas gigantes (diziam)…

As minhas mãos sobre as tuas,
Sentado no colo,
A deixar-me levar por todos os caminhos,
que aprendi contigo!

Lembro um dia mais tarde,
Quinze, talvez dezasseis ou catorze anos,
Não sei bem,
Mas talvez catorze,
Vestida de preto, saia comprida,
Rosto maquilhado,
Para parecer mais velha,
De braço dado contigo,
Entramos,
A sala do casino cheia de gente,
Eu vaidosa,
Quase a rebentar de tanta vaidade que me enchia a alma,
Por estar onde não tinha idade para estar,
Pelo orgulho de caminhar de braço dado contigo!!

Cinco anos sentada no teu colo,
As minhas mãos sobre as tuas,
Enquanto tocavas as teclas do piano da vida,
eu reproduzia o que via,
o que aprendia...

Nunca te esquecerei meu pai!

Dezasseis anos,
Noite de passagem de ano,
Pegas na minha mão,
Levas-me para dançar,
As pessoas param para nos observarem a dançar,
Dançamos sempre tão bem os dois juntos…
Mais uma vez a vaidade misturada com o orgulho,
A encher-me a alma!!

Adoro dançar contigo,
Dançámos tantas vezes,
Espero que o tempo,
o meu,
o teu,
o tempo nos permita dançar de novo,
tenho saudades de dançar contigo,
faz quase um ano da última vez que dançámos,
numa festa em S. Pedro de Muel,
o meu sapato voou,
tu já estavas doente,
só não o sabíamos,
cansaste-te depressa,
dançámos apenas uma música (rock n’roll),
mas guardo essa dança,
guardo-a no meu coração,
embrulhada em saudade e carinho!!

Obrigada pai,
Obrigada por dançares comigo,

Dançamos mais uma dança??

Por favor, dança comigo uma vez mais!!


.

Meu pai,

faz hoje um ano que partiste,

nesse dia levaste um pedaço do meu coração contigo,

mas deixas-te tanto de ti no meu...

Vou fechar os olhos e deixar-me envolver no abraço que quero acreditar que me estás a dar...


AMO-te muito meu querido pai!!!

.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sinto-me Feliz!!!



Meu amor,
Sinto-me feliz,
Faz-me feliz saber-te parte integrante da minha vida,
Sinto-me feliz porque te adoro,
Sinto-me feliz porque é contigo que quero estar,
É no teu colo que me quero saber,
É no teu corpo que me quero perder…

Sinto-me feliz porque um pouco do que sinto por ti é já amor,
Sinto-me feliz porque sinto o teu sentir quando me beijas ternamente,
Porque a tua doçura enternece a minha alma,
Porque tens a capacidade de suavizar o meu ser,
de amaciar a minha fortaleza,
Porque derretes o gelo que cobria o meu coração…

Sinto-me feliz porque vieste derrubar as amarras que prendiam o meu sentir,
Sinto-me feliz por saborear cada momento que desfruto contigo,
Sinto-me feliz pelo prazer que sinto ao fazer amor contigo…
Sinto-me feliz por tudo quanto me fazes sentir,
Por tudo quanto ecoa dentro de mim…
Simplesmente porque tu estas a meu lado…

Sinto-me feliz por me saber tua…
Sinto-me feliz porque sopras felicidade para dentro de mim,
a cada beijo, a cada palavra, a cada toque das tuas digitais na minha pele…
sinto-me feliz porque nasci para amar…

Sentir-me-ei mais feliz ainda no dia em que sentir paz ao dizer que te amo…



.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009




Um peso cresce no meu peito,
Pesa-me,
Dói-me tanto como tanto me pesa!

As lágrimas roçam os meus olhos…

Não é tristeza que me conduz ás lágrimas,
É receio…
Insegurança…
Acima de tudo receio de te perder…

Despi-me aos teus olhos,
Revelei-te o meu sentir,
Um sentir que com as tuas palavras,
Pensei que se tinha apagado,
Mas hoje de regresso aos teus braços,
Aos teus beijos,
Descobri que continua dentro de mim
Com a mesmíssima força!!!

Depois de todas as palavras trocadas hoje,
Aguardo agora sossegada,
No meu canto,
Sem nada poder fazer,

Aguardo,


Enquanto tu seguras o meu coração nas tuas mãos….


.

domingo, 20 de setembro de 2009



Sinto-me tão vazia...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Permaneço...


O meu ser foi invadido por um sentir forte,
Uma sensação agradável que toca afectos
que roçam a paixão,

talvez até o amor…

Tudo mudou em mim,
Este sentimento tornou-me quase irreconhecível,
O humor esmorecido que me acompanhava fazia algum tempo,
Sofreu mutações para um estado alterado de alegria, prazer…
Poderei até dizer que me sinto feliz…

Contudo, uma parte mais racional de mim,
reconhecendo a vulnerabilidade que este tipo de afectos me coloca,
sentindo um pouco a falta de controle
(algo que sempre me assustou)...
O prazer começa a misturar-se com medo,
insegurança possivelmente…

Coloquei em palavras impressas no papel,
todo este afecto,
tudo quanto me fazes sentir,
permitindo-te ler o meu amor, a minha alma…

Receio agora ter-me despido demasiado,
Colocando-me numa posição ainda mais vulnerável…

E se toda esta magia se transforma em escuridão,
Que faço eu a este sentir?
Receio perder o teu amor,
Talvez até mesmo antes de o ter,
de o sentir como meu!

Na incerteza (ainda) do caminho por onde me levará
permaneço…

Permaneço junto a ti,

Revelando-te o meu afecto,

Transpondo para dentro do teu coração todo o meu sentir,

Na iminente descoberta
de quanto de mim existe em ti,

de quanto deste sentir se espelha no teu…

Permaneço, aqui, para ti…para nós…


Sintra, 11 de Setembro de 2009



segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Para que saibas a dimensão do que me fazes sentir...




Meu amor,


Tudo isto é novo para mim...

Não completamente,´mas são sentimentos que apesar de não me serem desconhecidos
não passavam pelo meu coração á muito tempo...
Passei por algumas relações que em magoaram muito,
e a dada altura decidi fechar o meu coração...
construi uma especie de fortaleza,
quase a muralha da china e não me permiti amar de novo...
Não queria relações serias,
não me queria envolver emocionalmente...
Tenho muita dificuldade em entregar-me a uma relação,
a deixar-me levar pelos sentimentos,
mais propriamente pela paixão e pelo amor...
Tu vens mudar tudo isso...
contigo, é diferente...
nem me reconheço,
quero mais...

sinto que gosto mais de ti a cada dia,que me fazes feliz,
que trazes vida para dentro de mim,
Sinto o meu coração vivo de novo,
quero dar-te o meu sentir,
o meu amor,
encher-te de ternura,
Quero encher, a cada dia mais o meu coração de ti...
gosto de te observar a dormir,
a respirar profundamente,
tocar o teu rosto,
passar as mãos pelo teu corpo enquanto dormes...
Lembro com carinho a primeira vez que fizemos amor,
sob o olhar atento do luar,
as estrelas desceram do céu,
serviram-nos de colchão,
iluminaram o quarto com a mesma doçura com que as tuas mãos tocaram o meu corpo
e os teus labios de seda beijavam os meus...
Adoro fazer amor contigo...
Quero transmitir-te a minha força,
soprar para dentro de ti o meu amor,
sussurrar ao teu ouvido que te adoro...
Temo perder-te...
ter de te ver partir...
não queria,
mas vou entender e respeitar se fizeres essa escolha...
mas gostava que pudesse-mos viver este amor...
deixar nos voar neste afecto..,
dar aos mãos ao amor...

EStou aqui para ti meu amor,independentemente das tuas escolhas,
Estou aqui para te amar,
para te dar o meu amor...
o meu carinho e a minha amizade...


Um beijo do tamanho do mundo,
Adoro-te
Cáti

P.S. deixo o meu coração junto ao teu...trata-o bem...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Procuro uma luz suave…







Hoje acordei…
Lá fora encontrei um dia cinzento…
Revelando tristeza e falta de vida!!!
Cinzenta também eu me encontro,
Esmorecida,
Um pouco vazia, talvez…
Quase sem emoções,
Ou sem capacidade para as viver…

No meu interior anseio,
A presença de alguém…
…que me traga sensações…
Onde possa encontrar no meio de um cenário,
Um pouco magico e idealizante,
Um colo…
Um colo com uma boa capacidade de ouvir,
E dar um feedback,
Capaz de fazer ecoar dentro de mim,
As realidades recondidas no meu inconsciente,
Das quais necessito de me aproximar,
Para que não fique insípida e distante de mim própria…
Real também é este vazio crescente
Que me isola do mundo e de mim própria…
Algo que gela em mim!!!

Talvez consequência da ausência de carinho e amor,
Que nos faz sentir vivos
E continuar a luta de procurar algo que nos transcende
E nos aproxima da realidade das emoções que somos no fundo nós próprios!!!
Esta necessidade que sinto de alguém, de um colo,
Denuncia o desejo de voltar a sentir vida dentro de mim…
Vida emocional…

Com uma aureola de tranquilidade, felicidade e muita paz!!
Procuro uma luz que preencha o meu coração,
uma luz suave,

Acompanhada de uma bela melodia…
das que nos faz tremer o seu tocar….

Cáti Frutuoso
2 de Maio de 2001






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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Estranho...


Estranho...

pouca capacidade de acreditar (tu, entre outros) na minha capacidade de amar,
na minha capacidade de me envolver emocionalmente,
tolos...
Também os cubos de gelo derretem, quando as condições são propícias...

Nunca saberemos quando ou de onde surge aquela pessoa q nos muda,
que muda tudo,
que faz o chão tremer, q aperta o coração,
nunca saberemos...

se já tiver aparecido,
se fizer já parte da minha vida...
se na necessidade constante de manter o controle,
se na necessidade constante de me proteger e defender não o tiver dito a ninguém...
e se fores tu essa pessoa...

Estranho é a forma como n te esqueço,
Estranho é o dia inteiro tu na minha mente,
Estranho é o tempo q perco a olhar p o telemóvel em busca de uma mensagem tua...
Estranho se ao fim de tantos anos me tiver apaixonado novamente...
Estranho se um dia acordar e der comigo a amar-te!!!

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

A dúvida de viver…



23 de Outubro de 2003

A dúvida de viver…

A vida é muito estranha,
Faz-nos atravessar caminhos estranhos,
Traz-nos dúvidas constantes,
Sobre nós próprios,
Sobre o que somos,
O que gostaríamos de um dia vir a ser,
Sobre o mundo em que nos rodeia,
Sobre os que nos rodeiam,
Sobre as pessoas efectivamente importantes para nós,
As que existem para nós apenas porque existem dentro de nós,
Porque um dia nos trouxeram um sorriso,
Noutro nos secaram uma lágrima,

Vivemos a busca incessante de algo que desconhecemos,
Que acreditamos ser importante,
Mas na realidade não temos a certeza se o será,
E um dia se o encontrarmos, poderá ficar nada,
Porque não nos faz felizes,
Porque não nos traz nada de novo,
Porque o vazio permanece e a nossa busca também,
porque o que desejamos um dia, deixámos de o querer!!

Dentro de mim existe, como em muitos de nós,
esta busca de algo que quero muito,
de um desejo, de um sonho,
por vezes receado,
outras recalcado.

Por outro lado a dúvida se esse desejo é isso mesmo,
Um desejo,
Uma fantasia…
…a dúvida se encontrarei um dia,
se quererei encontrar…
…por vezes o medo,
de já ter tido e ter perdido,
de ter fechado a porta ao sonho,
á vida na sua plenitude!!

A constância na nossa vida é a procura de um momento mágico,
Aquele momento único,
em que toda a fantasia se torna real,
em que a busca termina,
não por cansaço,
não por desistência,
mas porque encontramos…
…encontramos a resposta,
a vida, o amor, a felicidade…
…encontramos a pessoa da nossa vida,
Aquela pessoa especial,
O nosso outro e no nosso outro, o nosso eu!!

Na dúvida pergunto-me,
Pergunto a ninguém,
Silenciosamente pergunto ao mundo,
Se esse dia existe,
Se existirá para mim,
Terá a nossa vida significado se não encontrarmos o outro,
Se não encontrarmos dentro dos seus olhos,
Encontrando-nos a nós próprios no seu interior,
Se essa pessoa existe algures no mundo de cada um de nós,
Será por circunstâncias do acaso que nossos caminhos não se cruzem
ou sejam unos,
esse desejo será realizado, seremos felizes??

Respostas não tenho, vivo como tal a dúvida permanece,
Com a morte a certeza…
…talvez por isso em alguns momentos da minha vida
tenha desejado convictamente morrer,
talvez por isso tenha procurado a morte.
Talvez ao contrário do que parecia,
não fosse a busca do fim, mas sim a busca da certeza!!

Cati frutuoso


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quinta-feira, 16 de julho de 2009

PRECISO CHORAR-TE



Algueirão, 14 de Julho de 2007

Preciso chorar-te,
Chorar-te para me libertar da angústia que veste o meu peito,
Que assombra meu ser,
Que crava meu corpo,…
Crava meu corpo sofrido de amor…
Do amor que não tive,
mas queria ter…

Preciso chorar-te
Chorar-te para me libertar,

Preciso chorar-te
A minha mente está absorta, repleta de ti…
Contrastando com o vazio interno de mim,
…o vazio de ti…
…o vazio físico…o vazio…

Preciso chorar-te,
Preciso arrancar-te de dentro de mim,
Arrancar-te da minha vida,
Como me arrancas-te da tua,

Preciso chorar-te
Chorar-te para me libertar,
Preciso tanto chorar-te
e as lágrimas teimam em não sair,
…andam aqui, roçam os meus olhos mas não escorregam a face,
Internamente choro…
À vários dias que choro…



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segunda-feira, 13 de julho de 2009

ESPERO QUE O TEMPO ME DEVOLVA



Consome-me hoje uma tristeza enorme,
uma angustia,
uma angustia que dói,
que me aperta a alma
que quase torna difícil respirar...
talvez devido á decepção com algumas pessoas que amo incondicionalmente,
que supostamente também me deviam amar,
mas que, ao invés, me magoam, me ferem a alma,
sem qualquer retraimento ou pudor...
Esta angustia motivada por esse movimento,
pela descoberta de pessoas que desconhecia nessas pessoas q amo,
a tristeza de descobrir a sua vontade e desejo de me magoar...
o agudizar da falta daquele que me partiu e que remava contra esta maré,
remava na minha direcção,
A descoberta de que alguém de quem gostamos não é exactamente a pessoa que idealizamos
é sempre uma descoberta desagradável,
mas a descoberta de que essa pessoa que queremos amar,
a quem desejamos o melhor que o universo tem,
nos quer apenas magoar,
nos magoa gratuitamente,
nos tenta derrubar,
nos empurra,
é uma descoberta angustiante
que transforma a nossa forma de olhar os que nos rodeiam
e até mesmo de olhar este mundo que é nosso...
fico, assim, triste, muito triste com tudo isto,
com a incapacidade de voltar a atribuir características que pertenciam aquela pessoa,
á imagem que tínhamos delas,
afastamo-nos, mesmo sem o desejar,
é uma vala que abre,
uma vala funda e larga,
a distância inevitável do outro,
uma vala de dor, decepção,
incapacidade de olhar o outro de novo com o mesmo amor
incapacidade de olhar o outro de novo com mesmo olhar de carinho,
incapacidade de acreditar,
nesse outro
e também um pouco mais a incapacidade de acreditar nas pessoas
no ser humano,
é um pouco olhar a humanidade,
o olhar o conceito de família com um novo e diferente olhar,
com tristeza olho em redor e encontro palavras,
dores que não queria jamais encontrar,
tudo vai passar, ou quase,
mas vai, pelo menos, diluir-se no tempo
o tempo afasta-nos das nossas dores,
cura-as, ou melhor, ajuda-as a sarar,
espero assim no tempo
espero que no tempo esta dor me magoe menos,
me aperte menos a minha alma,
espero que o tempo me liberte...
espero que o tempo me devolva serenidade, paz...
me devolva ainda capacidade de acreditar...



Cáti frutuoso
(2 de Junho de 2009)



terça-feira, 7 de julho de 2009

Grito do epiranga




Fecho a porta,
Fecho a porta porque vou partir,
vou partir rumo a uma nova vida,
Abro uma porta nova
e acolho tudo quanto chega junto c ela,
na bagagem levo todos os meus amigos,
Que amo incondicionalmente
e são a minha verdadeira família
a minha princesa (o meu maior tesouro),
Levo memorias desta vida,
tento guardar e levar apenas as coisas boas,
as boas recordações,
tento deixar junto desta porta que fecho
tudo quanto de mau vivi,
as lágrimas,
as angustias que não produziram mudança ou algo de construtivo,
as dores,
as palavras duras com que me feriram alma,
No meu coração levo o meu pai
que habita dentro de mim,
deixo tudo o resto...
despeço-me de algumas pessoas,
com pena sim,
mas escolho não as levar comigo,
são poucas,
mas tenho de as deixar,
cansei-me de ser agredida por elas,
decido não lhes dar mais espaço para me magoarem,
decido cortar com todas as amarras
e também com qualquer dificuldade em crescer
assumo o corte
assumo a pessoa que sou
de uma forma diferente da anterior,
Agradeço a Deus pela mudança
pelo novo caminho que vou trilhar
pelas pessoas maravilhosas que colocou no meu caminho
agradeço ao meu pai que está no céu a olhar por mim
é o Adeus e o olá mais feliz de sempre!!!

Cáti Frutuoso (5.Junho.2009)



segunda-feira, 6 de julho de 2009

OLHO PARA DENTRO



Olho para dentro,

Para dentro de mim,
Procuro no meu interior...
Procuro bem fundo,
Vejo nada,
Encontro nada,
Vazio...só um grande vazio!

O vazio deixado...
perpetuado...
Perpetuado por varias relações,
Também elas vazias...
Vazias de afecto, de amor, de sentir...

Apenas corpos envolvidos em jogos de prazer...
A ausência de amor...
Durante tanto tempo convencida de q nada me faltava,
de que de nada precisava,
a convencer-me...
até estar plenamente convencida de que n me envolvia emocionalmente,
que estar apaixonada não era para mim,

Percebo agora ao deparar-me com este vazio
de q afinal me faltava tanto...
Faltava-me amar...
Faltava-me o amor...
Acreditar q é possível no amor viver feliz,
Que também eu sou capaz de amar...
Já não sei muito bem como é...
Mas sei agora que também eu preciso de amor,
Também eu necessito amar,
Amar alguém...
Ser amada por essa pessoa,
Juntos nesse amor que nos une,
Procura construir naturalmente a felicidade...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Perda








Sinto-me profundamente triste,
mais triste ainda...
...cheirar-te, sentir as tuas mãos nas minhas...
enfim, tudo isso agudizou as minhas saudades...
Vim para casa deitar-me, ouvir as nossas músicas,
escrever, chorar...
Não sei como reaprender a viver sem ti,
a tua ausência dói...

Dói saber que te perdi,
dói saber que te quero, que te desejo,
dói esta certeza de saber que não és meu,
esta certeza de que não te tenho...
Dói mais pela certeza que também tu gostas de mim
e que também tu sofres, pelos mesmos motivos que eu,
pergunto-me que sentido faz tudo isto,
que sentido faz duas pessoas que se amam
estarem separadas,
que sentido faz a distância,
quando tanto nos liga,
tanto nos une,

Sei que esta dor que me sufoca,
que me machuca,
sei que esta dor que me dói
tem um propósito,
é o inicio de um processo de luto doloroso,
mas necessário,
necessário para te esquecer,
necessário para seguir em frente,
porque embora neste momento não faça sentido,
teremos de continuar,
continuar a viver,
a acordar todos os dias,
viver,
neste momento a vida perdeu o seu sentido,
tudo se tornou triste,
tudo é melancólico,
tudo é angustia,
respirar também é sofrer,
pensar é sofrer,
ver é sofrer,
dormir é sonhar contigo...


Neste momento tudo és tu,
tudo é a tua ausência,
tudo são as saudades que te tenho,
tudo cheira a ti,
tudo é os teus olhos nos meus,
tudo é a tua voz,
tudo é o teu sorriso,
tudo és tu,
tudo é o meu sentir por ti,
tudo somos nós,
tudo é o nosso amor,
tudo é triste...

Queria mais que tudo,
queria mais que tudo ter-te nos meus braços,
olhar-te nos olhos,

sentir o teu amor no toque quando as tuas mãos me tocam,
queria (quero) beijar-te,

estar contigo uma última vez,
para que sabendo que a seguir não haveria mais,
pudesse saborear e aproveitar cada pedacinho de ti,
cada pedacinho de nós!!

Recordo-te com saudade,
recordo-nos com saudade,
com saudade te choro,
com saudade te adoro...


Cáti Frutuoso
12.11.2007

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A noite caiu sobre o rio



Parque das Nações, 24 de Agosto de 2007


A noite caiu sobre o rio,
O céu escuro, ilumina-se com as estrelas que irrompem brilhando,
Corre uma aragem agradável na noite quente de Lisboa…
Pessoas passeiam calmamente,
As esplanadas, cada mesa, cada cadeira,
repletas de pessoas que conversam, que namoram,
há também as que se zangam,
as que sorriem, as que se olham no silêncio profundo da noite…

Tudo acontece sob o olhar atento do rio,
O rio Tejo que banha a nossa Lisboa,
Que a adorna, dando-lhe a beleza singular,
que nós os amantes desta cidade bonita sabem tão bem apreciar…

Algures no meio da cidade estão também outros, que não se divertem,
Não apreciam, nem desfrutam da noite lisboeta,
porque as falências da sua vida não lhes permite,
porque têm angústia nos seus corações,
ausência de paz,
carência de amor,
de afecto,
de palavras…

Pessoas perdidas no meio da sua solidão,
Tão negra como o céu que se esconde por detrás das estrelas…
não são aquelas que escolhem estar sós,
que gostam da solidão e desfrutam dela,
são os que ligam televisões, rádios, coisas que produzam ruído,
porque não têm capacidade para estarem sós,
consigo próprios,
para escutar o silêncio,
para se escutarem no silêncio,
procuram ruído para não se ouvirem,
para não se ouvirem,
porque de cada vez que param para se escutar,
encontram apenas sofrer e dor,
para no silêncio da noite não escutarem a voz que fala no seu coração,
não querendo assim escutar o seu mundo interno,
porque quando olham para dentro encontram apenas o vazio,
o vazio da noite só…

São pessoas que no meio do seu sofrimento não têm alguém que as saiba ouvir,
Que lhes fale com voz doce e terna,
Que lhes dê afecto com palavras,
Alguém com capacidade para escutar,
Para devolver o que escutam de forma securizante,
Com palavras de esperança,
Alguém que as abrace…
Um abraço é talvez dos maiores dons do ser humano,
Pode dar-nos tanto,
Pode acalmar um coração,
Acalentar uma alma,
Aquecer todo o interior de quem o recebe…
O abraço ‘é algo mágico,
Forte, poderoso,
É demasiado penoso necessitar de um abraço e não ter alguém que abrace…
O abraço ‘e por vezes o colo desejado,
tão necessitado…
Lamento que no meio do ruído da cidade se encontrem essas pessoas,
Com ausência de palavras,
Sem abraços nas suas vidas,
Sem alguém que seja a sua “pessoa”,
Sem serem a “pessoa” de alguém,
Pessoas que olham a televisão angustiadas,
que ouvem sem escutar,
que olham o vazio,
anseiam que o telefone toque,
nem que seja um qualquer vendedor da banha da cobra,
mas que no fundo está lá,
tem uma voz audível,
liga e fala,
apesar das suas palavras não serem as que se querem ouvir,
mas fala para esse alguém que já nada ouve,
porque ninguém o escuta, o apazigua…

Ao fundo o rio…a noite…Lisboa…
A música que toca…alguém que canta…o rio…Lisboa…

Amanhã essas pessoas acordam, sem despertar,
Acordam apenas porque o sol nasceu…
Levantam-se, acordam,
De novo ligam algo que produza ruído,
Que quebre o insuportável silêncio das suas vidas,
Ouvem notícias sem nexo, que apenas relembram a loucura do mundo em que vivem,
…a solidão…
a angústia continuam vivas,
a palpitar no seu interior,
…o telefone continua a não tocar…
…é mais um dia…
…mais um dia de nada…
…vazio…
…mais um dia sem um abraço, sem um carinho,
Mais um dia silencioso,
Mais um dia sem expressão de afecto,
…de novo o coração que aperta,
Que dói,
as lágrimas que escorregam pela face,
…a ausência…
…o nó que sufoca o respirar…
…o ar pesado que insiste em não querer passar…
…o pânico…
…o pânico na solidão…o medo…
…a angústia,
…os fantasmas que produzem sons inaudíveis, paralisantes,
…a solidão..
…o abraço que não tem braços para o dar,
…o vazio…o sofrer…

Ao fundo o rio…a noite…Lisboa…

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Recordar o amor


Hoje enquanto lia coisas que escrevi para ti,
coisas que escreves-te para mim,
recordei o quanto te gostei,
o quanto te amei,
foi como se todo esse sentir entrasse de novo em mim,
no meu coração,
De seguida liguei-te,
ouvi a tua voz
recordei o teu abraço...
o meu sentir por ti...
O quanto perdi quando te vi partir...

O quanto chorei no dia em que de regresso de viagem
me disses-te que querias terminar,
como senti que me tinham tirado o chão,
a enorme angústia que invadiu meu coração
a dor,
a enorme dor sentida
como se até o corpo me doesse,
Recordo que choramos abraçados,
abraçados choramos o fim da nossa relação,
Percebi, nessa altura, que também a ti te doía o fim
que te angustiava deixar-me e terminar...

Vi nos teu olhos o carinho que me tinhas
e o quanto estavas preocupado comigo
triste por ser este o nosso fim...

lembro que durante mais de vinte e quatro horas
as lágrimas caíram copiosamente pelo meu rosto
que tudo me doía com a dor de te perder!

Durante tantos anos apaguei tudo isto de mim,
da minha mente,
do meu pensar
e agora tudo, de repente se tornou tão real...
Até a angústia sentida na altura parece que esta de novo
neste momento no meu peito...

Já não sabia o quanto te amei,
que foste talvez a pessoa que mais amei,
quem mais me preencheu como Homem, como pessoa...

Acho que num espaço muito bem guardado,
dentro de mim...
...ainda te amo...
sim um pouco do amor que te tive.
ainda permanece em mim...

O passar dos anos,
não apagou o meu amor por ti,
apenas o enterrou muito fundo dentro de mim...

ENTERRAR O NOSSO AMOR NA AREIA






Setembro de 2007


Em alguns momentos,
em que consigo impor o racional ao ímpeto do amor que te sinto,
nesses breves e escassos (muito escassos) momentos,
penso enterrar todo este sentir,
esta história,
esta história só nossa,
este “nós” que nasceu um dia,
do inesperado,
de um quase nada,
do nada que nos ligava,
que era um “olá tudo bem”, pouco mais.

Consigo decidir por escassos segundos,
enterrar o nosso “nós” praia da Adraga,
bem fundo na areia,
passando em seguida as mãos por cima,
tentando deixar esse bocado de areia
igual ao que era antes,
antes de ser remexida,

mas fica contudo no silêncio do meu coração a certeza,
de que depois deste calor,
deste sentir,
destas cores que constroem o cenário desta história,
impossível será algo em mim,
tal como a areia,
ficar igual ao que era...
Porque o que era, era,
nunca mais será,
terminou no dia em que pela primeira vez,
senti os teus lábios colados nos meus!!

E este sentir,
é esta certeza,
que me amedronta,
que apavora a minha alma,
e faz o meu coração querer esconder-se,
é a incerteza de um futuro,
que não sei se tem espaço,
lugar,
tempo para existir!!!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

ENCONTROS



Por vezes a vida surpreende-nos, dá-nos coisas que nos faziam falta sem saber, que ansiávamos mas temíamos procurar, na angústia de não encontrar...

Cruzamo-nos com outros, outros que num segundo alteram as nossas vidas quando numa encruzilhada escolhemos seguir por outro caminho...

Começa assim a história, duas pessoas que travam conhecimento...que começam a olhar para dentro uma da outra a descobrir-se, a ver mais do outro...

A descobrir pequenos pontos de encontro entre as suas almas, a tocar o interior do outro com palavras, com pequenos gestos, com o olhar... afectos que começam a surgir, a crescer devagar, a ligar desconhecidos...

São pequenas frases, pequenos nadas q vão ganhando vida e significado, de onde vai surgindo uma relação, uma amizade...carinhos que crescem...

Á medida que nos vamos revelando, vamo-nos também redescobrindo e no meio dessa descoberta o outro, o outro em nós, torna-se aos poucos significante ganhando significado em nós, no nosso mundo interno e nós no do outro...

É um sorriso, um olhar, uma gargalhada, uma palavra, uma pequena historia q se divide e se torna ponte de ligação entre duas pessoas q antes eram apenas isso duas pessoas parte integrante do mundo mas desintegradas uma da outra, integrando-se agora através da ligação que naturalmente cresce e se alimenta á medida que passam tempo juntos...

De uma forma ou de outra é assim q se unem as pessoas, que se ligam, que se estabelecem pontes nas nossas vidas, cresce o nosso universo e a nossa experiência de vida...

Aos poucos descobre-se o nosso papel da vida do outro e do outro em nós...percebe-se mais sobre o mundo que nos rodeia e o local deste em que nos encontramos...

Tornamo-nos mais conscientes do caminho pelo qual desejamos seguir, o trajecto a tomar, a visualização dos passos a dar e daqueles q não nos fazem sentido...

...é nos outros e na relação com os outros que por vezes descobrimos quem somos...

...descobrimo-nos a nós mais nos outros do que ao olhar a nossa imagem reflectida no espelho...